Ilha de Santiago
A ilha de Santiago é a maior ilha do arquipélago de Cabo Verde e onde se encontra a capital, a cidade da Praia.
Santiago é de origem vulcânica, tem várias zonas montanhosas, sendo o Pico de António, com 1392 metros de altura, o ponto mais alto do território. A ilha está pejada de vales profundos e tem a costa povoada de recifes, entremeados por praias de areia negra, com exceção da do Tarrafal, que tem areia branca. O clima é mais húmido nas zonas altas e mais árido nas zonas intermédias.
Esta ilha tem grande diversidade paisagística e cultural, como tal para conhecê-la há que visitar o litoral e o interior – campos agrícolas, mercados tradicionais, floresta e também deserto e ainda a herança deixada pelos portugueses, nomeadamente a Cidade Velha.
A paisagem litoral desta ilha montanhosa está coberta por plantações agrícolas, que são unicamente interrompidas pelos picos rochosos que surgem no horizonte. Ainda que o litoral seja verde, o interior é desértico. A população vive da agricultura e da pesca, o turismo tem cada vez mais peso na economia desta ilha (cresce a oferta de camas, restaurantes e locais de diversão).
No extremo norte da ilha fica a vila do Tarrafal, local onde existe a única praia de areia branca da ilha e onde as águas são calmas e de cor azul cristalino. Todavia, esta vila é mais conhecida por ali ter funcionado uma colónia penal portuguesa, construída em 1936, que servia de campo de concentração para presos políticos e que funcionou durante 40 anos – no que resta deste campo foi construído um museu – o Museu da Resistência.
A Cidade Velha é de visita obrigatória – dada a sua importância histórica e cultural, não só para Santiago, mas para todo o arquipélago cabo-verdiano. A Cidade da Ribeira Grande esta foi a primeira cidade que os portugueses fundaram em Cabo Verde (1462) e ao povoá-la, os portugueses foram os primeiros europeus a estabelecer um povoamento europeia nos trópicos – a Cidade da Ribeira Grande – hoje conhecida por Cidade Velha –, foi a primeira cidade portuguesa construída na África subsaariana e também a sede do primeiro bispado na costa ocidental africana, foi igualmente onde se construiu a primeira rua calcetada de África – Rua da Banana.
A cidade esteve abandonada por mais de dois séculos, levando à degradação e ruína e mesmo desaparecimento de muito do seu edificado, com exceção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
No século XX foi reocupada por populações vindas do interior da ilha. Sobre as fundações dos desaparecidos edifícios, estes novos habitantes construíram as suas modestas casas de habitações simples, em alvenaria de pedra e cobertura em folhas de coqueiro, com ampla utilização de cantarias recolhidas nos escombros dos monumentos.
A 10 de junho de 2009 foi classificada como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. Devido à sua história, manifestada por um valioso património arquitetónico, a 26 de junho do mesmo ano foi classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Entre as visitas obrigatórias está também o O Parque Natural da Serra da Malagueta, situado no Norte da ilha (com altitude máxima de 1064 metros), que convida a experimentar os trilhos pedonais – onde se pode viver uma experiência única pela oportunidade de ver muitas espécies de flora e fauna endémicas (algumas em perigo de extinção). Tem ainda áreas para acampar e para fazer piqueniques.
Há muito para visitar e descobrir nesta ilha que albergou o primeiro povoado europeu nos trópicos.